Quem salvou quem?



Esse da foto é o carinha que a gente esperou tanto. Minha irmã já tentava a adoção há alguns meses e nada. E ele lá, preso num sistema falido em que crianças crescem em abrigos que nem sempre possuem as melhores estruturas, enquanto isso a justiça insiste em complicar com dúvidas as certezas de muitos papais e mamães. O nosso Ben foi mais esperado que muitos bebês de úteros familiares. A festa de aniversário foi encomendada até antes da sua chegada definitiva. E que chegada! Ainda carrancudinho, encontrou papai e mamãe babões, vovô e vovó babões e uma titia, adivinhe só, babona! 
Quando falávamos na adoção para as pessoas, o retorno da maioria era sempre o mesmo: que gesto bonito adotar, salvar uma criança. 
Olha, não posso falar pelas outras famílias que adotam, mas na nossa, quem foi salvo não foi o Ben, fomos nós. 
A chegada dele trouxe sentido e simbolismos, trouxe colorido e cheiro. Deu luz para uma família que tava “meia fase”, como diz um amigo. Deu 1 mês de felicidade para uma vovó que tinha todos os motivos do mundo para desanimar, mas que viveu intensamente os últimos dias por causa dele, apesar do nosso menino ainda não entender isso. E a dupla que formaram? Um meio metro de gostosura que se juntou a vovó doce para mostrar para uma família inteira que tudo se renova, desde a vida até o amor. Dois soldadinhos de ferro, um surgindo e outro se despedindo, mas que numa intersecção perfeita, cumpriram com louvor a rápida missão que tiveram juntos. 
É por isso que enquanto ela olha a gente lá de cima, aqui embaixo a gente faz valer cada minuto e tenta tornar a vida do nosso menino a melhor possível. ❤️
















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Comentários

  1. Que história mais linda... Apaixonada e babona de longe ... Que Deus na sua infinita bondade abençoe grandemente a família de vocês... Um beijão!

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