O Quitute


Era 1993, meus pais cometem a loucura de preferir o nordeste brasileiro do que a tradicional FESTA DO QUITUTE jaboticabalense. No auge da minha maturidade dos quase 8 anos completos, não me conformava com aquela decisão tão impensada. Lembro de questionar minha mãe sobre aquele tamanho absurdo: “sério que você vai perder a festa? E quem vai me levar?”. Eu ficaria, não adiantaria ela insistir, mesmo eu não sendo convidada para a viagem, deixei claro que caso tivesse contado com a minha presença, para desistir! 
Acho que foi a única vez que meus pais viajaram sem filhas, meu pai lembra com carinho cada detalhe desse passeio.  
Eu já lembro dos presentes que trouxeram, foram muitos, até compensou não ter ido! Tenho um porta calcinhas que uso até hoje, 26 anos depois. Na minha lembrança também tem a sensação de independência de ir à festa pela primeira vez sem a minha mãe, claro que com primas e irmã cuidando, mas sem a autoridade máxima era um passo gigante. 
Mesmo quem diz já não “ter paciência” para o nosso Quitute, sabe que de alguma maneira o evento marcou a vida de cada morador daqui. 
Mais adolescente, minha mãe trabalhava em uma das barracas servindo camarão na moranga, nunca vou esquecer. Foram os melhores anos de festa! Enquanto ela trabalhava, ficava com meus amigos andando e comendo coisinhas gostosas. O primeiro beijo que realmente importou na minha vida foi dado justamente nesse período, acredita? 
Adoro tradições, adoro ter do que me lembrar. Adoro trazer meus amigos que não conhecem a festa pra mostrar como as minhas férias de julho foram interessantes durante toda a minha infância e adolescência. E amo ter a lembrança que assisti ao final da Copa do mundo no ano passado de dentro da feira e, claro, amo que tenho na mesma foto minha mãe e o Quitutinho. 

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